Romance A família Canuto

Romance A família Canuto
Romance A família Canuto e a Luta camponesa na Amazônia. Prêmio Jabuti de Literatura.

domingo, 31 de julho de 2011

Lisístrata em Luanda


Lisístrata em Luanda

Depois de sair de Atenas, passar por Parahyba, chegar em Angola, pousar em Luanda, visitar o Globo Kibulo em Cazenga e reunir jovens no bairro dos coqueiros, Lisístrata se dobrou à cultura africana. Vestiu-se de pano com matizes do continente, curvou seu corpo aos ritmos angolanos e num ritual milenar reuniu pessoas com o fim de instituir a guerra dos sexos para buscar à liberdade e combater a violência doméstica que se estabelece brutalmente de forma globalizada.
Rompendo a barreira do especifismo na arte e, consequentemente, seguindo a tendência pós-moderna de romper conceitos e preconceitos, essa Lisístrata vem acompanhada de técnica circense, dança, música, teatro e matizes africanas constituindo um conjunto de performances que se enquadram em diversos contextos e formam um arco-íris de possibilidades.
Nesse trabalho se busca a quebra do paradigma do sistema moderno de belas artes, consolidando uma perspectiva híbrida para a representação artística. Lisístrata se rende à cultura africana e Luanda abre suas portas para um teatro que pode ser exposto e/ou representado em qualquer estilo ou forma. O trabalho está planejado para que o leitor se sinta à vontade para enquadrá-lo com o espetáculo que melhor se identificar e lhe convier. Portanto, abram mentes e corações porque uma caravana está prestes a circular por Luanda em praças, escolas, auditórios, associações, clubes, abrindo e fechando portas, ocupando espaços, alimentando curiosidades e provocando àqueles que estufam ordens estabelecidas e determinadas como prontas e definitivas.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Teatro em Luanda

Teatro em Luanda
O que faz uma pessoa sair de sua casa, deixar seu conforto, trabalho, amigos e cruzar o Atlântico para dar aulas de teatro na África? É acreditar que solidariedade e troca de experiências e conhecimentos geram saberes. Por esse motivo estou em Luanda, capital de Angola, África, trabalhando com 130 alunos que querem mergulhar do universo do teatro. São pessoas de faixa etária e condição social variadas, que moram em um país que passou 30 anos em guerra civil. Luanda tem, aproximadamente, 6 milhões de habitantes e não tem nenhum teatro. Tem iniciativas como adaptação de Cinema Nacional para algumas apresentações e alternativas isoladas como o Grupo Elinga que tem seu Espaço Cultural (Teatro-Elinga) e o Globo kidulo em Cazenga, subúrbio de Luanda. A política cultural aqui está por ser implantada.
Como, séculos atrás, muitos angolanos vieram, forçados, construir o Brasil. Me sinto com o compromisso, idelógico e ético, de fazer a viagem de volta e contribuir com a reconstrução desse país africano, cujo povo é muito educado e gentil.
Sendo assim, deixo meu kandando (abraço) para os amigos e irmãos brasileiros.
Até breve.
CC

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Revelar a orientação da prática pedagógica de uma educação baseada em pesquisa nas artes


Revelar a orientação da prática pedagógica de uma educação baseada em pesquisa nas artes

Seminário Internacional A perspectiva construcionista na investigação em arte e educação.

Goiânia, 25 a 27 de abril de 2011.

Trabalho de doutoramento apresentado por Carlos Cartaxo

Título da Pesquisa: Revelar a orientação da prática pedagógica de uma educação baseada em pesquisa nas artes.

Programa de Mestrado/Doutorado: Programa de doutorado Artes Visuais e Educação: um enfoque sócioconstrucionista.

Universidade de Barcelona, Espanha

Autor: Carlos Cartaxo

Orientador: Fernando Hernández

· Resumo

o O que lhe levou a eleger este problema de estudo?

Ao realizar uma análise comparativa entre duas escolas públicas de João Pessoa, constatei que o ensino de arte continuava fundamentado no sistema moderno de belas artes. Esse diagnóstico, aparentemente óbvio, demonstrou que as escolas continuam trabalhando com conteúdos modernos. Essa realidade acontece em todo o estado da Paraíba, se contrapondo a uma condição pós-moderna, contexto o qual estamos inseridos no momento.

Com esse quadro optei por refletir sobre a epistemologia do ensino da arte, com o objetivo de aprofundar as teorias geradoras de conhecimento nessa área. O projeto caminhou no sentido de buscar conceitos voltados para a definição do saber e, de forma complementar, os conceitos relacionados a este no processo educativo através arte.

Com a situação/problema identificada, o passo seguinte da pesquisa foi acompanhar a experiência realizada através do projeto Conhecendo o Universo de José Lins do Rego e ampliando o repertório cultural implantado na escola de ensino fundamental, cujo processo possibilitou vivências construcionistas. A ênfase desse trabalho não estava na experiência relatada, mas no conhecimento que os diálogos e conexões vivenciadas permitiriam que os sujeitos participantes adquirissem a partir das referências culturais e artísticas. Diante do objeto de estudo, fui pesquisar a prática pedagógica do ensino de arte em duas escolas públicas de João Pessoa. Uma da rede municipal de ensino e outra estadual. O trabalho relata experiências do ensino de arte com professores habilitados e não habilitados que trabalham com arte no ensino fundamental e médio, profissionais que ministram expressões artísticas diferentes.

Tendo em vista a heterogeneidade do objeto de estudo, a pesquisa foi sistematizada a partir da:

1. Observação da produção artística de alunos e alunas de uma escola estadual, cuja professora não tinha formação para ministrar aulas de arte. Apesar de ter formação em outra área, no caso letras, a mesma tinha sensibilidade para a arte, mas seu conhecimento era limitado no assunto e, mesmo assim, todo fundamentado no sistema moderno de belas artes.

Metodologicamente a mesma não usava material didático em sala de aula. Não obstante, planejava suas aulas com base em livros didáticos que sugeriam cópias e reproduções predeterminadas, pelo próprio livro, como: pinturas de rosáceas, faixas, etc.;

2. Observação da produção artística de alunos de uma escola municipal, que tinha uma professora e um professor, habilitados respectivamente, em artes plásticas e artes cênicas. Todo trabalho foi planejado com a perspectiva de realização de um projeto interdisciplinar. Essa escola exigiu um acompanhamento minucioso e analítico, tendo em vista que foi implantado o projeto Conhecendo o Universo de José Lins do Rego e ampliando o repertório cultural que, de fato, foi um laboratório significativo que se desenvolveu de forma dialógica e partiu de uma obra de arte, o romance Menino de engenho de José Lins do Rego e concluiu com trabalhos artísticos dos alunos.

Essas duas fontes de observação, no caso as duas escolas, propiciaram um estudo comparativo das criações artísticas dos discentes, dos recursos e metodologias trabalhadas e, como consequência, nasceu a proposta de criação de uma Matriz Pedagógica para o Ensino de Arte, cuja fundamentação teórica se baseia na condição pós-moderna em que os sujeitos do processo devem estar envolvidos.



o Que posicionamento epistemológico e metodológico lhe guia?

Esta é uma pesquisa qualitativa que trabalha a arte como método para analisar comparativamente a prática pedagógica do ensino de arte. O trabalho analisou duas escolas; entretanto, a escola de ensino fundamento foi o laboratório determinante da experiência construcionista, tendo em vista que o projeto partiu do romance, Menino de Engenho e concluiu com um produto artístico o romance Amor Invisível, É uma pesquisa auto-etnográfica. E, o texto é evocativo porque tem força suficiente para que o leitor se coloque no contexto da experiência. Como nesse trabalho a narrativa do texto provoca ou evoca uma interação do leitor com o próprio texto, essa é uma narrativa evocativa.

É uma experiência construcionista porque diz respeito à construção do conhecimento baseada nas realizações concretas, cujos resultados foram as criações artísticas dos alunos da Escola Municipal que apresentaram na Mostra Pedagógica obras como: exposições, instalação e peça teatral, trabalhos em que os alunos foram sujeito ativos e participativos no planejamento e na construção das ações técnicas e pedagógicas. As experiências realizadas foram baseadas em cenas do livro Menino de engenho. Algumas delas remete à violência doméstica.

A atividade pesquisada é construcionista porque o conhecimento é edificado de forma compartilhada e recíproca. As idéias, os conceitos e as vivências surgiram do intercâmbio social e foram mediadas pelas experiências aqui citadas.



Que contribuições almeja trazer com o seu trabalho?

Refletir sobre os procedimentos epistemológicos predominantes na área pesquisada e propor uma Matriz Pedagógica para o Ensino de Arte. Matriz essa que sugere a reconstrução do ensino de arte como forma de romper com os currículos tradicionais. A concepção da Matriz Pedagógica para o Ensino de Arte, MPEA, é a de que o aluno, sujeito do ensino de arte, deva participar do processo de ensino e aprendizagem com uma permanente reflexão. A proposta não é de uma matriz curricular. Mas, uma matriz construída pelos sujeitos do processo pedagógico. Um expoente para se gerar ideias e criar a partir dele. É pensar matriz como rede e não como grade, onde o papel do professor é orientar quanto às possibilidades de se trabalhar com expressões artísticas e, de forma plural, com a cultura visual. As informações são fornecidas pelos professores, porém, complementadas pelo corpo discente a partir de leituras, pesquisas através de novas tecnologias, vivências e experiências possibilitadas pelo ensino da arte.

A MPEA são linhas de pensamento, filosóficos e estéticos, estruturadas a partir de referências teóricas, as quais o docente pode e deve pesquisar para elaborar seu plano de curso e seus planos de aulas. É necessário considerar que a MPEA não deve ser tratada como modelo que enquadra regras porque, se assim o fosse, seria o mesmo que querer quantificar a subjetividade e a criatividade. Mas sim, como conceitos e procedimentos que sejam referenciais para um ensino de arte construcionista. Nessa proposta a questão não é mensurar, mas sugerir, refletir e questionar. Enfim, pensar arte contextualizada.


A tese, resultado final da pesquisa, será apresentado no formato de romance. Portanto a pesquisa será posta ao leitor na forma narrativa ficcional, o que configura uma perspectiva diferenciada de se fazer pesquisa qualitativa e pesquisa baseada nas artes.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Palestra de Carlos Cartaxo: Marrocos e Paraíba a identidade cultural entre dois continentes ou A multiculturalidade através das cores



Palestra de Carlos Cartaxo: Marrocos e Paraíba a identidade cultural entre dois continentes ou A multiculturalidade através das cores


Sábado, 19 de março de 2011 às 16:00 horas
Auditório Municipal, Picuí, Paraíba.
Dentro da programação de emancipação da cidade.
Haverá exposição de imagens do Marrocos. A exposição é patrocinada pelo BNBCultura/BNDES.