Romance A família Canuto

Romance A família Canuto
Romance A família Canuto e a Luta camponesa na Amazônia. Prêmio Jabuti de Literatura.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Performance como possibilidade narrativa

O grupo de pesquisa Arte, Comunicação e possibilidades narrativas da Universidade Federal da Paraíba é oriundo do grupo de pesquisa Teatro na Educação. A migração se deu porque o propósito do Grupo se voltou a estudar as possibilidades narrativas que podem ser experimentadas no universo da arte.
A performance é uma expressão artística que permite inúmeras narrativas. Das artes cênicas às artes visuais a performance circula com propriedade de quem quer comunicar ou expressar alguma ideia através da arte. Essa comunicação pode se dar por narrativas através de simples gestos individuais ou coletivos até representações complexas em nível de conteúdo e de recursos técnicos.
No momento o Grupo de pesquisa Arte, Comunicação e possibilidades narrativas está trabalhando com a performance “Passando a limpo” que é um exercício de comunicação através da arte que explora, como conteúdo, a PEC 55 (Congelamento de gastos públicos)e a MP 247 (Ensino Médio). A proposta é ir à rua lavar o que há de sujo no contexto político-social. A performance aborda, no momento, a PEC 55 (que retira direito dos trabalhadores, congela os gastos públicos por 20 anos e aprofunda as desigualdades e injustiça social) e a MP 746 (reforma do ensino médio, que desobriga o ensino de Artes, Filosofia, Sociologia e Educação Física). As lavadeiras lavam panos (tecidos) e roupas onde há frase escritas que questionam sobre o tema a ser debatido e são expostos em um varal público com o intuito de provocar os presentes para que estes intervenham na performance abrindo um debate sobre o contexto político-social que estamos vivenciando.
Ficha técnica:
O roteiro e direção: Carlos Cartaxo.
Assistente técnico: Jucinaldo Pereira
Contra-regra: Didi Estolando
Assessoria de Comunicação: Ricardo Araújo
Elenco:
Georgina Furtado
Marisete Fernandes
Moisés de Piá
Sevi Mendonça
Waglânia Freitas
Co-Produção: Grupo de Teatro Suspensório Produções Artísticas

Apoio: ADUFPB – Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba



quinta-feira, 28 de julho de 2016

Arte e gestão escolar

Arte e gestão escolar
                                                                                                                                       Carlos Cartaxo

Há décadas se trabalhar na perspectiva de manter e avançar com a qualidade do ensino de arte na educação formal. Há alguns gargalos que persistem por questões epistemológicas, por exemplo, o tecnicismo no ensino de arte e sua consequência de “bacharelizar” o que deve ser licenciatura. Essa questão é um embate entre o conteúdo e os procedimentos pedagógicos, ou seja, metodologia no ensino de arte. Eu me refiro a abordagem: de que adianta o/a professor/a saber tudo sobre dramaturgia, StanislavskiEugenio Barba, Grotowski, Lehman etc e etc, se não se sabe que conteúdo planejar para diversos anos (séries) escolares?
A questão da licenciatura enquanto formação de profissionais merece toda seriedade do debate, todavia a gravidade da questão se pauta na gestão escolar. Mesmo que tenhamos professores bem formados, há necessidade de que os gestores e técnicos conheçam sobre arte e trabalhem em conjunto com a área de arte propiciando condições de trabalho dignas e possibilidades pedagógicas para trabalhos  inter/transdisciplinares, inclusive através de projetos, para o ensino de arte .

As escolas, na sua maioria, não têm espaços adequadas para o ensino de arte; a maioria dos professores de arte no Brasil, principalmente no interior do Norte e Nordeste, não são licenciados e habilitados para o ensino de arte e a maioria dos gestores não conhecem e, consequentemente, não compreendem a importância do ensino de arte na formação dos discentes. Essa realidade demonstra o quanto o tecnicismo, procedimento que combato no livro Amor invisível: artes e possibilidades narrativas, é limitado e está aquém do contexto que estamos vivendo e da condição pós-moderna que nos cerca.
As gestões escolares precisam conhecer sobre o ensino de arte; os professores de arte precisam aprofundar e consolidar suas competências; e os alunos merecem um ensino de arte de qualidade.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Teatro e transformação social

Teatro e transformação social
 Carlos Cartaxo

Na década de 1980 o Estado da Paraíba tinha um movimento de proteção ao meio ambiente organizado e forte; da mesma forma era o movimento teatral e artístico de modo geral. Acompanhando esse ímpeto, o grupo de teatro Suspensório Produções Artísticas participava ativamente dos movimentos sociais, além do cultural. Como a base de formação do grupo sempre foi de professores de arte e de pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, com a educação, surgiu a necessidade de se trabalhar o tema meio ambiente com um trabalho voltado à criança. A partir dessa intenção nasceu o texto O tico-tico cantador que escrevi para levar aos palcos dos teatros, das escolas e da vida.
O texto se baseia em valores éticos que enfatizam aspectos como: liberdade, solidariedade, lealdade e amizade. Com base nesses eternos embates humanos, O tico-tico cantador prima por um importante bem da vida: o respeito pelas diferenças. Como o ser humano é o único ser vivo que mata por prazer, o texto se apropria dessa contradição para enaltecer qualidades que vão de encontro a esse comportamento irracional que não se coaduna com uma vida civilizada.
Por princípio o texto se propõe a ser educativo, o que revela a opção ideológica do autor e de trabalho do grupo. É bom ressaltar que para ser educativo não basta querer, é necessário ser, de maneira que a filosofia de ação proposta pelo texto o insere no que denomino de teatro de atitudes.
O tico-tico cantador está no livro Teatro de atitudes de Carlos Cartaxo, publicado pela editora Sal da Terra em 2005. Tem 195 páginas e apoio do FIC – Fundo de Incentivo a Cultural – Augusto dos Anjos do Governo do Estado da Paraíba.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Convite para o evento Palavras, corpo e criação - oficina pelo Professor Doutor Carlos Cartaxo



Quinta, 28 de abril às 18:30 em UTC+01

Universidade Aberta, INVITRO, Rua da Escola Politécnica, 147 - Lisboa, Portugal.
Entrada livre

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Lista de livros de Carlos Cartaxo

Livros de Carlos Cartaxo

  1. Amor invisível: artes e possibilidades narrativas, 2015.
  2. Contatos, 2014.
  3. Geraldeando, 2010.
  4. Teatro determinado, 2009.
  5. Ação Educativa para Cidadania, 2007.
  6. Teatro de Atitudes, 2005.
  7. O Ensino das Artes Cênicas na Escola Fundamental e Média, 2001.
  8. A Família Canuto e A Luta Camponesa na Amazônia, 1999 (Romance. Prêmio Jabuti de Literatura da Câmara Brasileira do Livro).






Conquistas do ensino de arte no Brasil

O ensino de ensino de arte no Brasil tem uma trajetória nova. A sua importância é indiscutivel na formação do ser humano, o que justifica sua presença no currículo escolar. Todavia a obrigatoriedade do ensino de arte, por área de formação, na Educação Básica só se concretizou essa semana, dia 23 de fevereiro de 2016, quando foi aprovado pela, Comissão de Educação no Senado, o Substitutivo nº 14/2015 da Câmara dos Deputados, chegando a sua fase conclusiva. Portanto, o PL nº 7.032, de 2010 teve sua aprovação final. Agora é LEI, e as Artes Visuais, Dança, Música e Teatro são expressões artísticas obrigatórias na Educação Básica. As universidades têm 5 anos para ampliar cursos e formar professores para cada área de conhecimento curricular em sua especificidade de formação e atuação. Essa luta é uma conquista da FAEB - Federação de Arte-educadores do Brasil.
Foto: Carlos Cartaxo

A garantia do ensino de arte na Educação Básica é uma vitória, contudo a especificidade do ensino da arte é um conceito que precisa ser revisto. É um paradigma que precisa ser quebrado. No artigo "Essa tal polivalência", eu defendo a arte como uma expressão humana rizomática, o que significa que as expressões artísticas se apresentam de forma híbrida. O especifismo é uma invenção da modernidade questionada por Charles Chaplin no filme Tempos Modernos. Olhe que estamos falando de 1936! 
Limitar a formação e o universo da arte é um equivoco, pois a arte não comporta mais limites e enquadramentos. A pluralidade de conhecimento e as possibilidades multiculturais que a pós-modernidade nos impõe não têm limite.  Arte não é lingua, é expressão. Essa abordagem, infelizmente, encontra resistência por parte de muitos pesquisadores no Brasil. Todavia, na Europa há muitos investigadores que trabalham com a perspectiva da arte ser uma expressão híbrida.