Romance A família Canuto

Romance A família Canuto
Romance A família Canuto e a Luta camponesa na Amazônia. Prêmio Jabuti de Literatura.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Arte e gestão escolar

Arte e gestão escolar
                                                                                                                                       Carlos Cartaxo

Há décadas se trabalhar na perspectiva de manter e avançar com a qualidade do ensino de arte na educação formal. Há alguns gargalos que persistem por questões epistemológicas, por exemplo, o tecnicismo no ensino de arte e sua consequência de “bacharelizar” o que deve ser licenciatura. Essa questão é um embate entre o conteúdo e os procedimentos pedagógicos, ou seja, metodologia no ensino de arte. Eu me refiro a abordagem: de que adianta o/a professor/a saber tudo sobre dramaturgia, StanislavskiEugenio Barba, Grotowski, Lehman etc e etc, se não se sabe que conteúdo planejar para diversos anos (séries) escolares?
A questão da licenciatura enquanto formação de profissionais merece toda seriedade do debate, todavia a gravidade da questão se pauta na gestão escolar. Mesmo que tenhamos professores bem formados, há necessidade de que os gestores e técnicos conheçam sobre arte e trabalhem em conjunto com a área de arte propiciando condições de trabalho dignas e possibilidades pedagógicas para trabalhos  inter/transdisciplinares, inclusive através de projetos, para o ensino de arte .

As escolas, na sua maioria, não têm espaços adequadas para o ensino de arte; a maioria dos professores de arte no Brasil, principalmente no interior do Norte e Nordeste, não são licenciados e habilitados para o ensino de arte e a maioria dos gestores não conhecem e, consequentemente, não compreendem a importância do ensino de arte na formação dos discentes. Essa realidade demonstra o quanto o tecnicismo, procedimento que combato no livro Amor invisível: artes e possibilidades narrativas, é limitado e está aquém do contexto que estamos vivendo e da condição pós-moderna que nos cerca.
As gestões escolares precisam conhecer sobre o ensino de arte; os professores de arte precisam aprofundar e consolidar suas competências; e os alunos merecem um ensino de arte de qualidade.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Teatro e transformação social

Teatro e transformação social
 Carlos Cartaxo

Na década de 1980 o Estado da Paraíba tinha um movimento de proteção ao meio ambiente organizado e forte; da mesma forma era o movimento teatral e artístico de modo geral. Acompanhando esse ímpeto, o grupo de teatro Suspensório Produções Artísticas participava ativamente dos movimentos sociais, além do cultural. Como a base de formação do grupo sempre foi de professores de arte e de pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, com a educação, surgiu a necessidade de se trabalhar o tema meio ambiente com um trabalho voltado à criança. A partir dessa intenção nasceu o texto O tico-tico cantador que escrevi para levar aos palcos dos teatros, das escolas e da vida.
O texto se baseia em valores éticos que enfatizam aspectos como: liberdade, solidariedade, lealdade e amizade. Com base nesses eternos embates humanos, O tico-tico cantador prima por um importante bem da vida: o respeito pelas diferenças. Como o ser humano é o único ser vivo que mata por prazer, o texto se apropria dessa contradição para enaltecer qualidades que vão de encontro a esse comportamento irracional que não se coaduna com uma vida civilizada.
Por princípio o texto se propõe a ser educativo, o que revela a opção ideológica do autor e de trabalho do grupo. É bom ressaltar que para ser educativo não basta querer, é necessário ser, de maneira que a filosofia de ação proposta pelo texto o insere no que denomino de teatro de atitudes.
O tico-tico cantador está no livro Teatro de atitudes de Carlos Cartaxo, publicado pela editora Sal da Terra em 2005. Tem 195 páginas e apoio do FIC – Fundo de Incentivo a Cultural – Augusto dos Anjos do Governo do Estado da Paraíba.